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Empresas ampliam e flexibilizam benefícios a funcionários durante quarentena

Ajuda de custo com luz e internet, vale-refeição em dinheiro e mobiliário como cadeira de trabalho são alguns dos auxílios de corporações em tempos de home office


home office

Desde que o trabalho remoto foi adotado como forma de prevenir os avanços de contágio do novo coronavírus, muitas empresas precisaram adaptar ou ampliar os benefícios que oferecem aos colaboradores. Com o contato social limitado e fechamento de estabelecimentos comerciais, escolas, cinemas e outras opções de lazer, a atenção se volta a necessidades individuais que facilitem o dia a dia não só do trabalho, mas também da vida pessoal.


É o caso da Revelo, empresa de tecnologia em recursos humanos, que incluiu na carteira opções que vão de itens domésticos que auxiliem na rotina de trabalho, como notebook e cadeiras mais confortáveis, a aulas de exercícios físicos para fazer sem sair de casa, a partir do plano premium de um aplicativo ao qual todos têm acesso gratuitamente.


Para manter a cabeça em dia, a empresa já financiava sessões de terapia online uma vez por semana, mas está estudando formas de aumentar a frequência. Outra medida foi a mudança para o pagamento do vale-alimentação em dinheiro, para que cada um escolha como prefere gastar.


A estrutura de que os profissionais dispõem para trabalhar de casa também se tornou prioridade para algumas companhias. A Gupy, empresa de recrutamento e seleção por meio de inteligência artificial, disponibilizou um auxílio em dinheiro para que seus 150 colaboradores, que estão em regime de home office desde o dia 16 de março, comprassem mesas e cadeiras adequadas e um plano de internet melhor do que o que possuíam. Esta também foi a iniciativa da Contabilizei, escritório de contabilidade online, que passou a oferecer ajuda de custo com luz e internet.


“A primeira ação foi colocar as pessoas em casa e depois entender as necessidades particulares de cada um para realizar sua atividade remotamente”, afirma Regina Dell’Aera, de 50 anos, head de gente e gestão na Muxi Tecnologia em Meio de Pagamentos, que tem 120 funcionários. A empresa passou a oferecer, além dos benefícios de praxe, como seguros saúde e odontológico com abrangência nacional, a opção de transformar o vale-refeição em vale-alimentação (para compras em supermercado) e acesso à plataforma online de exercícios físicos da Gympass.


O acompanhamento do time, que está 100% home office, é constante, diz a executiva. “Todos os casos de suspeita de coronavírus têm sido acompanhados por uma médica e uma enfermeira.” Como especialista em gestão de pessoas, ela aponta para a importância da humanização em um momento tão delicado.


“Precisamos estar atentos a manter uma rotina que respeite os limites de trabalho, descanso e lazer”, destaca Dell’Aera. “Tem sido incrível ver as crianças entrarem nas reuniões, os cachorros latirem e os gatos passarem na frente do computador. Estamos tendo a oportunidade de mostrar que temos vida além do trabalho.” Para ela, a crise trouxe também uma união que muitas vezes passa batida na rotina das empresas. “Com certeza, sairemos dessa mais humanos e mais próximos.”


Novos hábitos


A Macro Plataforma, de tecnologia em recursos humanos e que oferece gestão de benefícios a outras corporações, já registra crescimento significativo na busca por benefícios online desde o início da quarentena. “Compras e todo o setor de gastronomia que faz entrega, por exemplo, passaram a ter maior procura por parte dos usuários”, afirma Marta Reis, CEO da plataforma.


As empresas têm solicitado ainda a ampliação da carteira de parceiros com atividades que podem ser realizadas em casa e reforço da comunicação direta com os usuários para divulgar os benefícios. As concessões incluem, por exemplo, cursos de idioma online com descontos de até 70%, um site de livros infantis que está estendendo os descontos em 20% e ofertando retorno financeiro de 2,4%, além de aplicativos de meditação.


A procura por convênios médicos é outra que foi às alturas com a chegada do novo coronavírus, relatam as empresas. “Há uma crescente preocupação por parte das pessoas que ainda não têm, justamente pelo medo de depender de um hospital público nesse momento”, diz Marta. “Tem muitas empresas que não ofereciam e estão pedindo.”


De acordo com Raphael Machioni, CEO da Vee Benefícios, “não houve aumento do consumo, mas mudança nos hábitos de consumo”. Antes da explosão da pandemia, 57% das ativações de benefícios eram refeições, 20% alimentação, 6% cultura e 7% saúde. Após o início do isolamento social, diz ele, a alimentação subiu para 37% e as refeições caíram para 16%, enquanto 26% dos usuários passaram a consumir cultura e 18% ativaram serviços ligados à área de saúde.


Especificamente sobre delivery de restaurantes, apesar de o ticket-médio dos pedidos ter caído, o número de pedidos deu um salto: o usuário médio, que antes pedia comida duas vezes por mês, agora pede duas vezes por semana. Os parceiros da Vee também começaram a se mobilizar para atender à crescente demanda. “Muitos estão oferecendo gratuidade ou descontos agressivos exclusivos, superiores a 65%, como cursos online, livros e treinos para atividades físicas em casa”, sublinha o CEO.


Bem-estar emocional


Entre as concessões com procura acima do padrão estão as terapias. Sem a possibilidade de fazer sessões presenciais – ou com novas questões emocionais provocadas pelo isolamento -, os profissionais em quarentena passaram a buscar ajuda profissional.


O site da Vittude, startup de terapia online que possui um serviço centrado em empresas, registrou 2 milhões de visitantes únicos desde o início da pandemia e apresentou um crescimento de 318% no número de pacientes, segundo a fundadora, Tatiana Pimenta.


O blog da startup também teve aumento no consumo de conteúdos. Entre os temas mais buscados estão ansiedade, crise de ansiedade e informações sobre remédios como Rivotril, Sertralina e Fluoxetina. O número de usuários deve continuar a crescer ao longo das próximas semanas. A plataforma já registra alta de 230% nas buscas por parte de novas empresas interessadas em ofertar terapia aos colaboradores.



Fonte: Estadão


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