Pesquisa do LinkedIn mostra que os processos seletivos online vieram para ficar: 81% dos profissionais dizem acreditar que eles se manterão no pós-pandemia.
Você já parou para pensar quais foram as mudanças e adaptações que o mercado de recrutamento e seleção enfrentou no ano de 2020? Por conta da pandemia, diversas empresas precisaram rever seus processos para que não colocassem em risco a vida dos seus profissionais e futuros colaboradores.
Uma pesquisa sobre o futuro do recrutamento, realizada pelo LinkedIn com mais de 1.500 usuários, entre eles, líderes de pessoas, mostrou que os processos seletivos online vieram para ficar: 81% dos profissionais disseram acreditar que eles se manterão no pós-pandemia.
A tendência é confirmada pelo estudo "Um olhar do digital sobre a saúde mental e o trabalho", produzido pela Decode em parceria com o Grupo Kronberg, que apresenta em dados essa mudança de comportamento.
De acordo com o levantamento da Decode, neste ano, houve um crescimento de 545% nos anúncios de trabalho remoto, comparado aos anos de 2018 e 2019. Outro dado que chama atenção é o aumento no tráfego das principais plataformas de recrutamento online, que ganharam ainda mais destaque nesse período, crescendo até 188% durante a pandemia.
Processos seletivos híbridos
De acordo com a consultoria, "não é inteligente supor que seguiremos fazendo tudo igual quando a população estiver vacinada e houver segurança para voltar às atividades presenciais". Junto com a tão esperada retomada virão as expectativas.
Por isso, para seguir encantando e descobrindo os melhores talentos, as seleções terão de ser desenhadas em sistemas híbridos, que otimizem o tempo dos candidatos, mas também os surpreendam com vivências e interações olho no olho.
Ou seja, será preciso refletir sobre os objetivos e tomar decisões estratégicas sobre quais etapas devem ser online e quais devem ser presenciais — e o porquê.
Oferta de aprendizado aos candidatos
Outro movimento que é considerado fundamental é o do legado para os candidatos. A Cia de Estágios afirma que, nos últimos anos, as práticas de recrutamento evoluíram a passos largos.
"Hoje, o RH tem à disposição softwares, tecnologias imersivas e testes sofisticados para refinar contratações. Só que isso já não é mais suficiente, afinal, o mundo ficou tão acelerado e complexo que, se o profissional sair do processo seletivo exatamente como entrou, algo deu errado."
E isso não se refere apenas ao fato de oferecer feedback, e sim sobre proporcionar aprendizado e desenvolvimento, inclusive aos talentos reprovados.
"Nós fizemos experiências assim ao longo de 2020, agregando webinars, oficinas, treinamentos e capacitações em diferentes fases do processo seletivo, com retornos bastante positivos. Turbinar a jornada do recrutamento com iniciativas que promovam aprendizado faz bem tanto aos candidatos quanto às empresas, que, entre outras vantagens, fortalecem a marca empregadora."
Comportamentos valem ouro
Uma pesquisa feita pela Companhia de Estágios com 440 RHs no início de 2020, antes da pandemia estourar mundo afora, mostrou que uma das principais dificuldades da área de gestão de pessoas era encontrar jovens com habilidades comportamentais.
É preciso estar atento nesse quesito, já que, em 2021, as contratações com foco em soft skills estarão no topo da lista de prioridades.
"Na percepção dos RHs, entre os principais gaps estavam a dificuldade em se adaptar a novos ambientes, pessoas e mudanças (49%) e os problemas para se comunicar (42%). Aposto que, daqui para frente, haverá um aumento exponencial da demanda por essas e outras competências socioemocionais."
Na visão da consultoria, em cenários como os atuais, onde lidamos com guinadas constantes, será imperativo encontrar gente com características como:
adaptabilidade;
resolução de problemas;
inteligência emocional;
criatividade; e
autogestão.
"Tudo isso valerá mais do que um conhecimento técnico específico ou histórico acadêmico. E nosso papel será estruturar as seleções em torno dessas habilidades, permitindo que candidatos sejam capazes de demonstrá-las nas etapas dos processos que hoje já contam com games, inteligência artificial e tecnologias imersivas."
Diversidade e inclusão
Em 2021, os esforços de recrutamento deverão estar ainda mais centrados em equidade. Essa tendência já foi iniciada em 2020, quando foram aprofundados debates raciais, sociais e de gênero e faz parte da missão de quem seleciona ter práticas sólidas para evitar vieses e injustiças.
"Retirar filtros excludentes, como idade, inglês, faculdade de elite, colocar uma lupa em job descriptions e endereçar as vagas do jeito certo, divulgando-as em diferentes ecossistemas e comunidades, são alguns passos simples que fazem diferença."
No entanto, esses filtros não funcionam sozinhos. Para ter ambientes diversos, não basta contratar talentos de diferentes etnias, credos e classes sociais. É preciso criar uma cultura de tolerância, equalizar disparidades técnicas e preparar a liderança.
Fonte: Folha Dirigida
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