top of page

Trabalho 50+: valorização e novas oportunidades

  • Foto do escritor: DBS Partner
    DBS Partner
  • há 13 horas
  • 3 min de leitura
trabalho 50 mais

 

Com mais de 15 anos de atuação em recrutamento de executivos e alta liderança, acompanhei inúmeras transformações no mercado. Uma das mais relevantes, e que hoje ganha protagonismo nas discussões corporativas, é a valorização crescente do trabalho 50+, destacando profissionais com mais de 50 anos e sua contribuição estratégica nas organizações.

 

Por muito tempo, o etarismo foi um dos grandes gargalos do mundo corporativo, tornando-se um programa de diversidade em diversos mercados. A experiência era preterida em favor da juventude — não pela capacidade técnica, mas pelo mito da “adaptação rápida” ou da “mentalidade moderna”. O público mais velho, passou a ser apenas um número para baterem cota de diversidade. Isso, felizmente, tem mudado. E não é por acaso.

 

A entrada da Geração Z no mercado — jovens nascidos entre 1997 e 2012 — trouxe novos desafios para as empresas. Essa geração, apesar de extremamente digital e cheia de ideias disruptivas, também é marcada por características que nem sempre se encaixam bem no ambiente corporativo tradicional.

 

Profissionais 50+: a força estratégica que ganha espaço

 

Dados da Ernst & Young revelam que 49% dos líderes de RH enfrentam dificuldades em reter e engajar talentos da Geração Z. A Harvard Business Review já apontou que essa geração tende a ter menor tolerância à hierarquia, maior busca por propósito e equilíbrio, mas menor resiliência diante da pressão.

 

Esse cenário tem levado as empresas a reconsiderarem a importância dos profissionais mais experientes. Inegavelmente, em um mundo onde a estabilidade emocional, o compromisso com entregas e o repertório prático se tornaram diferenciais, o perfil 50+ ressurge como uma peça-chave para a sustentabilidade das equipes.

 

Segundo o LinkedIn Economic Graph, houve um aumento de 27% na contratação de profissionais acima de 50 anos nos últimos 3 anos em posições estratégicas, especialmente em setores como serviços financeiros, saúde, logística e varejo.

 

O relatório "Longevity Economy Outlook" da AARP (American Association of Retired Persons) aponta que, nos EUA, trabalhadores com mais de 50 anos geram uma contribuição de US$ 8,3 trilhões à economia, e este número tende a crescer à medida que a expectativa de vida e a produtividade aumentam.

 

No Brasil, a PwC divulgou em 2023 que 41% das empresas já consideram políticas afirmativas para contratação de 50+, frente aos 26% em 2019.

 

O que as empresas estão aprendendo

 

A convivência intergeracional tem revelado que a pluralidade de experiências é o maior ativo das organizações. Ao integrar a energia dos jovens com a consistência dos profissionais maduros, cria-se um ambiente mais equilibrado, resiliente e inovador.

 

O público 50+, longe de representar uma força de trabalho ultrapassada, traz:

 

  • capacidade de tomar decisões com base em repertório real;

  • habilidade para lidar com pressão e conflitos com mais racionalidade;

  • lealdade e estabilidade nos vínculos de trabalho;

  • postura de mentoria natural para times mais jovens.

 

Estamos entrando em uma fase de reconstrução das premissas que regem a contratação e o desenvolvimento de talentos. A geração 50+ deixou de ser “um público difícil de recolocar” para se tornar um ativo estratégico das empresas.

 

Isso se alia a uma nova realidade no Brasil, a preocupação com a aposentadoria e a provável necessidade dos profissionais trabalharem por mais anos para que mantenham o padrão de vida por mais tempo.

 

Como profissional que lida com decisões executivas diariamente, posso afirmar: as empresas que souberem equilibrar juventude e experiência sairão na frente.

 

A diversidade geracional deixou de ser um ideal e passou a ser uma necessidade prática para qualquer organização que queira crescer com consistência.

 

 

Fonte: RH pra você

Comentários


bottom of page